Para falar de relação terapêutica e de sua função, é importante definir em primeiro lugar o que é o processo terapêutico em si. Define-se processo terapêutico como sendo “uma contínua interação entre a informação que se apreende, a formulação de objetivos de tratamento e o feedback de cada um dos passos, e o refinamento de hipóteses sobre a escolha adequada dos objetivos”. A simples comunicação consistente de calor humano genuíno e entendimento empático é suficiente para produzir mudanças construtivas de personalidade, hábitos e comportamento.
Quando o terapeuta é capaz de usar a relação terapêutica como um veículo para a mudança de comportamento, ao invés de instruções didáticas ou representações de papéis, estas têm maior probabilidade de se generalizar para outros relacionamentos e serem mais resistentes à extinção, é importante ressaltar a natureza colaborativa da relação terapêutica, ou seja, uma boa relação entre terapeuta e paciente facilita a aplicação de técnicas que podem vir a ser utilizadas no decorrer do processo, pois a relação terapêutica propicia o desenvolvimento de relações interpessoais mais saudáveis.
A terapia comportamental será utilizada no processo psicoterapêutico, enquanto uma forma de intervenção aos problemas psicológicos que se destaca pela objetividade e pelos resultados mensuráveis. Possui um amplo conjunto de técnicas bem descritas e constantemente testadas em situações e problemas abordados pela psicologia aplicada.
É baseada na filosofia epistemológica conhecida como Behaviorismo Radical e na Ciência do Comportamento. A proposta do behaviorismo radical defende que o comportamento dos organismos é ordenado, passível de ser estudado cientificamente na mesma forma das ciências naturais. Esta proposta influencia e orienta o trabalho do terapeuta comportamental, que sempre busca descobrir, com seu paciente, os eventos no meio-ambiente que determinam os seus comportamentos-problema e o que os mantém. Tais comportamentos são analisados à luz de episódios históricos que os determinaram e situações presentes que os mantém. Para o terapeuta comportamental, pensamentos e sentimentos são considerados comportamentos, diferentes apenas pela forma como se pode ter acesso a eles, pois este se dá através do relato verbal daquele que pensa e sente. Sendo assim, pensamentos e sentimentos, também, são levados em consideração, analisados e passíveis das intervenções do terapeuta.
O terapeuta comportamental entende que o paciente é único e seus problemas ou dificuldades são produto de uma história particular. Isso humaniza o processo de terapia, pois busca-se entender cada paciente e cada história, antes de propor qualquer intervenção. O principal instrumento do terapeuta comportamental é a Análise Funcional, ou o levantamento criterioso das variáveis (eventos e acontecimentos) que estejam funcionalmente relacionados aos comportamentos desejáveis e indesejáveis do paciente. Tendo este entendimento, que nem sempre é fácil, é possível propor uma estratégia eficaz no alcance do bem-estar e da melhora. Combate-se os comportamentos-problema, ao mesmo tempo em que se busca instalar e aumentar a frequência de comportamentos adequados ao contexto, desejáveis, funcionais e geradores de satisfação e felicidade.
O papel do terapeuta comportamental vai além de ser mero ouvinte das queixas dos seus pacientes. Ele também não atua apenas como um espelho às questões apresentadas no setting terapêutico. Sua principal função é levar seu paciente a vislumbrar nos contextos em que convive, causas e consequências, possibilitando, desta forma, novos insights para os comportamentos presentes e futuros.
A terapia comportamental tem um conjunto considerável de técnicas derivadas de pesquisas, em laboratório ou no próprio consultório. É a soma de pesquisa científica, rigor no levantamento de informações no momento inicial do processo e a utilização de técnicas e intervenções consolidadas que poderão fazer com que o paciente se beneficie, de forma considerável.